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Empresa favorecida pela prefeitura pagou pesquisa do Instituto Paraná em Maceió

Curiosamente, essa empresa, cujo capital social declarado à Receita Federal é de apenas R$ 1 mil

Por Jornal O Fato

27/06/2024 às 21:40:25 - Atualizado há
Realizada em um momento extremamente oportuno para o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), a pesquisa do Instituto Paraná, divulgada na última quarta-feira (26), revelou um cenário amplamente favorável para JHC (PL) em sua busca pela reeleição. O que chama a atenção é o contexto e os bastidores dessa pesquisa.

A pesquisa, que ocorreu entre 20 e 25 de junho, coincidiu com as festividades do São João de Maceió, uma época em que o prefeito naturalmente está em alta junto à população. Coincidência ou não, a pesquisa foi encomendada por uma empresa com ligações estreitas com a gestão de JHC. A contratante, João Victor A de C Broca / JVACB Negócios Digitais (CNPJ: 36.546.541/0001-67), uma empresa com sede em um modesto apartamento na rua Marechal Antônio Guedes Muniz, 150, apto 301, no Bairro de Jatiúca, Maceió.

Curiosamente, essa empresa, cujo capital social declarado à Receita Federal é de apenas R$ 1 mil, desembolsou R$ 10 mil para financiar a pesquisa. Vale notar que esse valor é significativamente inferior ao que o Instituto Paraná costuma cobrar por pesquisas em outras capitais. Em Recife (PE), o instituto já cobrou até R$ 50 mil por uma pesquisa semelhante, e em Salvador (BA), o custo chegou a R$ 25 mil.

Fica a pergunta: como uma empresa de pequeno porte, com um capital social tão modesto, consegue arcar com custos tão elevados? Além disso, a JVACB tem vínculos na área de comunicação em Alagoas, incluindo o site Quarto Poder Alagoas. De forma suspeita, o site é um dos poucos a receber uma campanha da Secretaria de Comunicação de Maceió contra a Covid-19. O banner patrocinado pela Secom de Maceió está sendo exibido exatamente no mesmo período da contratação da pesquisa.

Os detalhes da pesquisa também não passam despercebidos. O Instituto Paraná entrevistou 680 eleitores de Maceió, com entrevistas presenciais realizadas entre os dias 20 e 25 de junho. A margem de erro é de 3,8 pontos percentuais, para mais ou para menos, com um índice de confiança de 95%. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é AL-02718/2024.

A situação levanta várias questões sobre a transparência e a imparcialidade da pesquisa. A combinação de um período propício para o prefeito, uma empresa com baixa capacidade financeira bancando a pesquisa, e os valores discrepantes cobrados pelo instituto em diferentes cidades, coloca em xeque a legitimidade dos resultados. Fica evidente a necessidade de uma investigação mais profunda para esclarecer os reais interesses por trás dessa pesquisa.

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